sábado, 22 de novembro de 2008

TERTÚLIA DE NOVEMBRO


No próximo dia 29 (Sábado) pelas 18 horas na Livraria Braço de Prata, a Tertúlia continua, tendo como convidado David Soares.
Escritor e ensaísta, David Soares publicou vários livros de contos, romances e banda desenhada. Neste último registo ganhou duas vezes o prémio de “Melhor Argumentista Nacional”.
Escreveu o romance “A Conspiração dos Antepassados”, sobre o encontro do poeta Fernando Pessoa com o mago Aleister Crowley. O seu último romance, “Lisboa Triunfante” foi editado recentemente pela sua editora habitual, a Saída de Emergência.
Combinando vários estilos literários, David Soares é neste momento o melhor e mais activo autor de literatura portuguesa do género Fantástico.

Outras obras do autor:

Os Ossos do Arco-Íris

As Trevas Fantásticas

Participação em diversas antologias de Literatura Fantástica:

A Sombra Sobre Lisboa

Ficções Científicas e Fantásticas

O Homem Que Desenhava Na Cabeça dos Outros

Agradecemos desde já a todos aqueles que quiserem participar em mais um encontro de amigos em torno dos livros, das histórias e dos autores.

domingo, 28 de setembro de 2008

TERTÚLIA EM BRAÇO PRATA

O debate de ideias não faz parte dos hábitos que mais prezamos. Deve ser por isso que mal ouvimos ou percebemos as vozes discordantes que nos contrariam e transformam, a maior parte das vezes, as conversas em discussões. Uma tertúlia é, na sua génese, um espaço de convivência de pessoas que se querem bem, têm coisas em comum e gostam de partilhar pensamentos. Organizar e promover, uma vez por mês, em Braço de Prata, estes nossos encontros tem sido uma aposta ganha, porque nos tem ensinado mais do que sabíamos sobre os livros, sobre as pessoas, e sobre a vida.

A tertúlia de hoje teve como convidado o Afonso e durante duas horas e meia lá estivemos à conversa, amena, informal, a falar da Índia, de Goa, Da Colva do Afonso, tal como ele a descreve no seu livro “Uma sombra Laranja-Tigre” e depois passámos ao futebol, ao jornalismo desportivo e às suas dependências. Enfim, como de costume, quem lá esteve gostou. Quem não esteve, pode ser que esteja na próxima!

colva em braço de prata

... e não só!

Fomos vinte, podiamos ter sido mais, muito mais. Mas fomos vinte! Que fomos de Colva a um Portugal em Calções, passeámos por entre personagens, reais e surreais, jornais do antigamente e outros do presente e seu futuro, escutámos daqui e dali, perguntas e mais perguntas, com a resposta calma, pausada e autêntica na voz do Afonso que falou como escreve. De frente.
E ligou de longe, muito longe, de Colva segundo soubémos, o Michael do romance. E esteve sentado o José Manuel, o repetido José Manuel da José Manuel Mesquita & Associados. E estivémos todos também.
Sorte a de quem esteve. Entre amigos de ler e escrever, entre amigos do momento. Do mesmo tipo de momentos que fazem parte da receita da vida. Bons ... neste caso.

Obrigado pessoal.

Obrigado Afonso!!

sábado, 6 de setembro de 2008

AFONSO DE MELO

... dia 28 de Setembro, Fábrica Braço de Prata, sala Nietzsche, 15 horas, como de costume !

E o convidado é ....

Afonso Joaquim Sampaio e Paiva de Melo é um jornalista e escritor português.

Nasceu em Águeda a 18 de janeiro de 1964. Cursou Direito, mas enveredou pelo jornalismo. Colaborou desde muito cedo na «Soberania do Povo», esteve no «Semanário», passou fugazmente pel’ «O Liberal».

Foi redactor de «O Século»; colaborador eventual de «O Jornal»; colaborador e, mais tarde, redactor de «A Bola», cumprindo as funções de editor da secção internacional e sendo responsável pela concepção e edição de um suplemento chamado «A Bola de Domingo».

Ainda em «A Bola» foi coordenador de «A Bola Magazine». Foi Editor de Redacção de «O Jogo»; colaborador de «O Comércio do Porto» e de «A Capital»; comentador de futebol internacional da «Sport TV» e colunista da revista «Record Dez». Escreveu na revista «Fócus». foi correspondente em Portugal do jornal espanhol «As» e do jornal polaco «Reczespospolita», bem como colaborador das revistas japonesas «Soccer Hiyo» e «Sportiva2». Durante o Campeonato do Mundo de Futebol de 2002, foi colunista do jornal en:Aajkaal, de Calcutá.

Publicou reportagens e artigos de viagens na revista «Vida Mundial», no «Jornal de Letras», no suplemento «Fugas» do jornal «Público» e na revista «Atlântica». Escreveu muitos dos textos da «Grande Enciclopédia dos Europeus de Futebol», do «Diário de Notícias», tendo também contribuído para o «Anuário 2005», do mesmo «Diário de Notícias».

Foi durante muitos anos fornecedor de matérias para a «Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira». É correspondente em Portugal da revista francesa «France Football» desde 1995. Fez parte do Gabinete de Imprensa do Euro 2004, como Media Relations Manager, e foi Assessor de Imprensa para a Selecção A de futebol desde Janeiro de 2004 a Julho de 2006, tento estado presente no Euro 2004 e no Campeonato do Mundo de 2006.

Foi membro da Comissão de Honra e da Comissão Política da Candidatura de Manuel Alegre à Presidência da República, sendo um dos responsáveis pelas áreas de Comunicação e Marketing.

Colaborou com a Fundação Luís Figo na área de comunicação.

É Grande Oficial da Ordem do Mérito, Medalha de Ouro da Federação Portuguesa de Futebol, membro honorário da Ordem da Nossa Srª da Conceição de Vila Viçosa e Judeu de Ouro da ANATA, Associação dos Naturais de Águeda. Traduziu livros para diversas editoras.

autor entre outras coisas de :


Portugal em calções : diário de um jornalista no Mundial 2002 (crónicas, Oficina do Livro) 2002
A Lenda de Jorge Bum!, com Ponto de Exclamação (contos, Prime Books) 2003
Guia dos resultados da Selecção Nacional de Futebol 2004
Doping – A Triste Vida do Super-Homem (reportagem, em parceria com Rogério Azevedo, D. Quixote) 2004
Cinco Escudos Azuis – A história da selecção nacional de futebol de 1921 aos nossos dias (D. Quixote, com uma primeira edição de 2004 e reedição actualizada em 2006)
Uma sombra laranja-tigre : em forma de panchatantra (romance) 2005
poema sem maiúsculas na colectânea de poemas inéditos Tantas Mãos, a Mesma Primavera (Oficina do Livro) 2005
Viagem em Redor do Planeta Eusébio (Prime Books) 2005
A Princesa-Que-Tinha-Uma-Luz-Por-Dentro (conto, Oficina do Livro) 2005
Factos, Números e Nomes da Selecção Nacional de Futebol (D. Quixote) 2005
Não Morrerei em Buenos Aires (poemas, D. Quixote) 2006
Todos Tenemos Una Buena História de Futbol (a propósito do Mundial 2006, Cafediario, Barcelona) 2006
A Pátria Fomos Nós (crónicas, Prime Books) 2006
Um Ano na Vida de Luís Figo (foi o responsável pelos textos do livro do fotógrafo Hamish Brown, editado pela Fundação Luís Figo) 2007
Cem anos de Benfica Sporting, Sporting Benfica 2007
Tantas Vezes Tu (romance, Editora Erasmos)
Manuel Quarenta e Maria Quarentena – Dois Personagens à Espera de um Romance (conto na colectânea de contos 40 (D. Quixote)
A Monótona Vida de Uóchinton Maria a Quem Chamavam o Homem-Porco (colectânea de contos portugueses inéditos, Histórias em Língua Portuguesa, Editora Ambar, organizada por Francisco Guedes)
A Morte Tem Sempre Música de Fundo (numa colectânea de textos feitos sobre ilustrações de Pedro Zamith Oficina do Livro)
El Corazón Negro de Portugal

terça-feira, 13 de maio de 2008

Lançamento


No próximo dia 18 de Maio (Domingo), pelas 16:00, a Tertúlia reunir-se-á de novo, na Fábrica Braço de Prata, desta vez para o lançamento do meu pequeno livro "A Machina Circunspecular".
Teremos máquinas, espelhos e seres estranhos.
Apareçam!
J P.MATOS

domingo, 13 de abril de 2008

TERTÚLIA - ABRIL



Ontem foi dia de Tertúlia. Desta vez o convidado foi Carlos Matos Gomes, que usa o nome de Carlos Vale Ferraz como pseudónimo literário.

Carlos Matos Gomes foi oficial do exército e nas tropas especiais “Comandos” fez várias comissões na Guiné, Angola e Moçambique. Conhecedor das profundezas do universo militar, das motivações dos homens, das suas forças e medos, das relações de poder que se impõem ou estabelecem implícitas ou explicitamente, o aposentado coronel é um estudioso deste tema que continua a ser um tabu cheio de segredos, véus, vénias, continências e muitas incongruências. Publicou, entre outros, os romances Nó Cego, Os Lobos não usam Coleira, e Fala-me de África.

Ontem, ao contrário do que aconteceu nos meses anteriores, esteve pouca gente: apenas oito tertulianos e mais os quatro que estávamos na mesa, incluindo o convidado. Mas, como dizia o Artur, esta foi a tertúlia mais participada. Não sei se foi a mais participada mas foi muito interessante.

O Carlos é um excelente conversador e durante as três horas em que esteve connosco deu-nos a conhecer melhor alguns aspectos daquele mundo onde só os iniciados se conseguem mover. Os leigos - e anti-militaristas, como eu – mesmo quando julgam que estão a perceber os mecanismos e esquemas mentais dos militares, mais não fazem do que tentar decifrar os códigos que se escondem atrás das palavras. Restou-me ouvir e aprender que nós portugueses “...somos pouco dados a guerras. Preferimos o negócio. E somos semíticos, por causa da nossa costela judaica, ou muçulmana.” E também fiquei a saber que os militares se sentem abandonados pelo poder político que por não se reconhecer nos seus guerreiros não lhes dá o valor merecido, usando-os e deitando-os fora.

Foi um prazer.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

PRÓXIMA EDIÇÃO

Com a participação do nosso próximo convidado nas sessões da Tertúlia, o projecto dá mais um passo significativo na sua consolidação. Se até aqui foram apresentados e debatidos trabalhos únicos (uma biografia, uma compilação de crónicas), a obra de Carlos Vale Ferraz, que conta com a publicação de vários títulos, expande-se também ao argumento cinematográfico, abrindo-se desta forma um vasto campo temático de assuntos de possível debate. Para os menos atentos tentarei enumerar a seguir alguns dos temas mais representativos.
1- A Guerra Colonial e a instituição militar.
Em virtude da sua actividade profissional (Oficial do Exército Português), Carlos Vale Ferraz dedica vários livros seus à actividade da guerra, ao modo como os homens nela se comportam ou transfiguram, ou à forma como ela os marcou para uma vida inteira. (“Soldadó”,” ASP de Passo Trocado”,” Os Lobos Não Usam Coleira”)
2- A interminável ligação ao continente africano. A forma como o olhar do nosso inconsciente colectivo, em virtude de 5 séculos de ligação permanente, nunca se fechou, antes se foi transmutando ao longo da História.
3- A Escrita para cinema. A Relação entre o discurso literário e o discurso fílmico.
Na sequência do êxito alcançado pelos seus livros, Carlos Vale Ferraz fez já várias incursões no mundo do cinema. O seu romance Os Lobos não usam Coleira foi adaptado para o filme de António Pedro Vasconcelos OS IMORTAIS. Foi autor do argumento do filme PORTUGAL SA de Ruy Guerra. Colaborou com Maria de Medeiros no argumento do filme CAPITÃES DE ABRIL. É autor do guião da série televisiva REGRESSO A SIZALINDA, baseada no seu mais recente romance, “Fala-me de África”.
4- Literatura Portuguesa.Tem uma posição muito interessante em relação à literatura que se faz em Portugal (ver post anterior sobre o autor) quando opõe os conceitos entre um discurso erudito, exercício de estilo e, por outro lado, aquela literatura narrativa, que conta histórias…

Eis aqui alguns dos possíveis objectos de discussão na próxima tertúlia. Espero sinceramente que possam comparecer, e que gostem do resultado final. Pela nossa parte tudo faremos para que assim seja. Até lá.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

O PODER DAS TERTÚLIAS

O Dalai Gama português, o Jaime, por motivos indecifráveis até para os seus correligionários de partido decidiu sair da pacatez de cadeirão resguardado pela dona república e veio a terreiro elogiar o ídolo do povo madeirense, Alberto João. Os mais incrédulos foram os adeptos rosas que vivem na ilha e sabem o que sofrem por não pertencerem à maioria que suporta o poder do soba Jardim. Não vou entrar nesta discussão. Cada um tem os ídolos que pode, que quer, que compra, que aluga, ou que adopta.

Os poderes e as questões à sua volta, têm, sempre tiveram, zonas de sombra onde quem não for iniciado ou conduzido à mão corre o risco de tropeçar ou enganar-se no rumo. As ruelas e becos podem levar a descaminhos. Para guiar os apaniguados pelos caminhos certos existem os santos. Cada partido ou religião tem os seus. Mas para além disso há solidariedades não escritas em letra, como acontece nas seitas, que vêm ao de cima quando menos se espera.

Qual a diferença entre O Dalai Gama, o Jardim ou outro soba que numa qualquer África estende o seu poder muito para lá dos limites da razão e das leis vigentes é uma questão que eu gostaria de perceber. Pode ser que com o tempo descubra. A leitura ajuda.

O último livro de Carlos Vale Ferraz, pseudónimo literário de Carlos Matos Gomes," Fala-me de África", descreve algumas formas de exercício do poder que embora tipificadas em África deambulam secreta e clandestinamente por aí em qualquer parte do mundo, da Europa, em Lisboa. O Carlos vai ser o convidado da próxima tertúlia que decorrerá no sítio do costume, na Fábrica de Braço de Prata, no Sábado dia 12, às 15 Horas. Apareçam.

quarta-feira, 19 de março de 2008

CARLOS VALE FERRAZ


CPLP
Literatura portuguesa «vive muito pouco de contar histórias»


A literatura portuguesa "vive muito pouco de contar histórias", considerou hoje o escritor Carlos Vale Ferraz, a propósito do lançamento do seu sétimo romance "Fala-me de África", marcado para quinta-feira em Lisboa.


"O drama é que a literatura portuguesa vive muito pouco das histórias e vive mais da literatura como exercício linguístico", sustentou.

Carlos Vale Ferraz, pseudónimo literário de Carlos Matos Gomes, nasceu em 1946, em Vila Nova da Barquinha e foi oficial do exército, cumprindo comissões durante a guerra colonial em Angola, Moçambique e Guiné nas tropas especiais "Comandos".

Autor dos romances "Nó Cego", "ASP", "De Passo Trocado", "Os Lobos Não Usam Coleira", "O Livro das Maravilhas", "Flamingos Dourados" e da novela "Soldado", Carlos Vale Ferraz tem mantido a par da produção literária a escrita de argumentos e guiões.

O romance "Os Lobos Não Usam Coleira" foi adaptado ao cinema por António-Pedro de Vasconcelos com o título "Os Imortais" e Vale Ferraz é autor do argumento do filme "Portugal SA", de Ruy Guerra, além de ter colaborado com Maria de Medeiros no guião do filme "Capitães de Abril".

O romance que vai ser lançado na quinta-feira, "Fala-me de África", editado pela Casa das Letras, começou a ser escrito em 2004 e com base na ideia original escreveu o guião da série de televisão "Regresso a Sizalinda".

"Começou a ser escrito em 2004. Eu queria fazer este romance sobre África e depois de ter falado com o meu amigo (e realizador) Luís Filipe Rocha, ele disse que isto dava uma excelente série de televisão. A partir daí o romance desenvolveu-se como uma série de televisão, e foi depois da série já estar praticamente acabada, toda escrita, que escrevi o romance", disse.

Completamente reescrito, "Fala-me de África" e "Regresso a Sizalinda" têm finais diferentes.

Quanto às diferenças de escrita que identifica na literatura portuguesa, Caros Vale Ferraz defende que existem dois tipos de escritores.

"Se entendermos que há dois tipos de escritores: os que escrevem literatura, porque entendem que a linguagem na forma em si mesma é aquilo que lhes interessa, eu entendo que a essência é contar uma história, ter personagens e ter dramas", manifestou.

"Nesse sentido, a minha literatura é mais visível, mais filmável do que eventualmente a de outros escritores. Mas não escrevo para ser filmado", garantiu.

"Fala-me de África" vai ao encontro da ideia que tinha para um romance tipo "África Minha", disse.

"É a ideia que existe em muitas literaturas de países que foram potências coloniais e existe na mente das pessoas que por lá estiveram. A tal ideia do mito do eterno retorno, a ideia de uma África mítica", acrescentou.

"Em África esteve muita gente. Voltou e tem essa ideia de uma África que já não existe. No fundo este romance é uma saga familiar, com pessoas divididas entre Portugal e Angola. Passa-se na segunda metade do século XX. A parte mais intensa do romance é a que diz respeito ao tempo da guerra civil, depois da independência de Angola", salientou.

Passado em Benguela, "Fala-me de África" conta a história de uma família que saiu de Portugal para o Brasil e depois vai do Brasil para Angola, quando os holandeses ocuparam o Brasil, no século XVII.

"É um pouco a história daqueles que retornaram a Portugal sem nunca cá terem estado", explicou.

Quanto à tendência nas mais recentes edições em Portugal o tema de África ser recorrente, Carlos Vale Ferraz acredita tal se deve a haver uma nova geração de escritores que passou pela experiência da guerra colonial.

"Há uma nova geração de escritores, que passou por essa experiência, uns ainda enquanto jovens na guerra colonial e outros mais jovens ainda como viajantes do mundo e foram a África ou Brasil", considerou.

"Escrevem sobre esses espaços, com grande à vontade, ao contrário da geração anterior, formada por grandes escritores, como José Saramago, Virgílio Teixeira, Fernando Namora, que como ficou encerrada aqui em Portugal não teve essa experiência. Não escreveu nem reflectiu minimamente, porque não passou por África", considerou.

"A minha geração é a primeira que o faz. Que viveu, veio, esteve envolvida nos processos de libertação, sobreviveu e há a geração a seguir que também o fez", adiantou.

A opção pelo tema África não tem a ver com qualquer tipo de ajuste de contas.

"Não tem nada a ver com traumas que eu penso, aliás, nunca existiram muito aqui em Portugal - há determinadas elites que têm -, mas de resto hoje em dia as pessoas estão a escrever à vontade, contam todo o tipo de histórias que passam por África e há uma nova geração que fala, que conta histórias à volta disso", vincou.

terça-feira, 11 de março de 2008





Domingo, 09 de Março de 2008. 15h. Sala Nietzsche

Um dos elementos da mais conhecida gataria nacional (Gato Fedorento) escreveu; Luís Fazenda ilustrou e a editora Tinta da China publicou Boca do Inferno – a compilação das crónicas de Ricardo Araújo Pereira, trazidas a lume entre 2004 e 2007, pela revista Visão. A Tertúlia às Voltas convidou o humorista para falar do seu livro, na Fábrica Braço de Prata. No final do debate, propusemos ao comediante feito cronista, ou vice versa, falar a sério do humor em Portugal. Estivemos quase a conseguir…


Fábrica Braço de Prata: Ricardo, é uma pressão para si ser engraçado o tempo todo?
Ricardo Araújo Pereira (RAP): Hum… quer dizer, isto não é um fardo especialmente pesado. A prova disso é que eu não sou engraçado o tempo todo. Aliás, é mesmo muito raro! Mas não posso dizer que sinta esse fardo do humorista que está obrigado a ser engraçado e tal… Isto é mais divertido do que penoso.

FBP: Veio à Fábrica apresentar o livro Boca do Inferno, ‘um livro essencialmente para compreender o nosso tempo, especialmente da parte da tarde’. O que é que lhe falta para compreender a parte da manhã?
RAP: Normalmente eu estou a dormir da parte da manhã e portanto não estou tão atento aos acontecimentos nessa altura do dia. Mas segundo dizem, não acontece nada de especial de manhã.

FBP: Desde os primórdios do teatro que o género trágico é considerado um género superior, subalternizando o género cómico. Na medida em que associamos sempre a tragédia à Catharsis; à purificação das almas por intermédio de grandes sentimentos, como o terror e a piedade. Mas o riso também pode ter uma função catártica, não pode? O riso também pode ser uma fonte de libertação…
RAP: Sim. Claro! Eu acho que de facto a comédia é considerada um género inferior. E acho que a maioria das vezes os próprios humoristas têm alguma culpa nisso. Mas penso que em termos absolutos, não há nada de inferior, por exemplo no Molière. Não há nada que torne aquilo que o Molière escreveu inferior à tragédia, por exemplo.

FBP: Talvez o público também tenha a sua culpa… Dizem que é mais fácil fazer chorar do que rir… Estamos presos ao quê?
RAP: Pois, dizem que é mais fácil fazer chorar que rir, exactamente. Eu quando comecei a escrever textos humorísticos foi porque me pagavam mais. Deve ser difícil e mais raro haver quem consiga fazê-los. E foi precisamente por isso que eu comecei a escreve-los. A grande razão foi mesmo essa.

FBP: Falar de coisas sérias a brincar é eficiente? Ou é, como nos diz o seu heterónimo Manuel Rosado Baptista, que, aliás, escreveu o posfácio do livro, uma ‘perda de tempo’?
RAP: Sabe… Há um ditado português que diz ‘não se brinca com coisas sérias’ e eu nunca compreendi essa frase. Para mim, só faz sentido brincar com coisas sérias. As que são a brincar já são a brincar, por isso não vale a pena brincar com elas. Só vale a pena ser tocado pelo olhar humorístico as coisas que são de facto sérias.

FBP: E é fácil escrever-se coisas sérias a brincar no nosso país?
RAP: Eu acho que é. A grande dificuldade é a escassez de coisas sérias que há no nosso país. Essa é a grande dificuldade: ter de andar à procura delas.

FBP: Quais são as coisas sérias, que segundo o Ricardo, faltam ao nosso país?
RAP: Era giro que houvesse um debate político ideológico mesmo a sério. Isso era uma coisa gira, por exemplo. Era giro que do ponto de vista ideológico houvessem coisas mais interessantes. Que não fosse só ‘ vocês estão a fazer mal, porque estão agora aí e eu não estou’. Quer dizer, era giro que as discordâncias não fossem só circunstanciais e que nós percebêssemos que alguém tinha uma perspectiva de rumo diferente.

FBP: Há Censura na escrita humorística?
RAP: Eu nunca senti…

FBP: E agora uma pergunta que com certeza toda a gente lhe faz, mas que não deixa de ser incontornável: quais são os limites do humor?
RAP: Eu acho que os limites do humor devem ser exactamente os mesmos que são os limites da liberdade de expressão. Não vejo razão para que seja de outra maneira. Acho que as coisas que se podem dizer num registo não humorístico devem poder ser ditas também num registo humorístico.

FBP: Voltando ao seu livro, Boca do Inferno, há algum fio condutor quando compilou e organizou as estas crónicas?
RAP: Nada. Eu atirei-as para cima da cama, as que caíram em cima foram para a primeira parte do livro, as que caíram no chão, foram para a segunda.

FBP: O título Boca do Inferno e até mesmo o próprio busto que ilustra a capa, tem qualquer coisa a fazer lembrar Gil Vicente que, entre outras coisas, foi um grande vanguardista e que revolucionou a maneira de fazer e pensar o humor e, ao mesmo tempo, de criticar os costumes nacionais. Sente-se um Gil Vicente do século XXI?
RAP: Não. Esta foi a minha única oportunidade de ter um busto. Parece-me óbvio que ninguém, no seu juízo perfeito, me vai fazer um busto. Vi aqui uma boa oportunidade para ter um. Mas realmente não me sinto nenhum Gil Vicente dos tempos modernos. No máximo eu sou um Joanne dos tempos modernos, que é o tolo, o parvo, o maluco do Auto da Barca do Inferno.

FBP: Tal como o Gil Vicente, trabalha ao serviço de algumas rainhas… Qual é a sua preferida?
RAP: Mas de que rainha é que estamos a falar?

FBP: A RTP, a SIC, a Visão, por exemplo…
RAP: Pois! Isso é verdade. Mas eu prefiro sempre a escrita ao resto.

FBP: Não se considera o Gil Vicente dos tempos modernos… Considera-se um bocadinho o Seinfeld português?
RAP: Não…não… (risos) Isto gostava eu!

FBP: É unânime: o Ricardo é um bom intérprete dos textos que escreve. Via-se a representar outros papéis?
RAP: Não. Não consigo representar Shakespeare, por exemplo. Não sou um actor. Interpreto os meus próprios textos e já é bom!

FBP: O que é que o põe de bom humor?
RAP: Eu não sou difícil de agradar. Não é difícil me porem de bom humor.

FBP: O que é que o faz rir?
RAP: Perguntam aos humoristas o que é que os faz rir, como se fossem diferentes das outras pessoas. Basicamente faz-me rir as mesmas coisas que às outras pessoas faz rir. A minha resposta não é particularmente interessante neste ponto.

FBP: O mesmo para o que faz chorar?
RAP: Ui! Muitas vezes, quando eu preciso de ir à casa de banho à noite e é escuro, piso um brinquedo de plástico das minhas filhas. Eh pá… Isso é uma das coisas principais!

FBP: De todas as qualidades que as pessoas lhe reconhecem, qual é a qualidade mais verdadeira? RAP: Talvez o facto de eu ser uma pessoa espectacular e também a humildade! Acho que são essas duas associadas.

FBP: E a sinceridade?
RAP: E a sinceridade também!

FBP: Acha que o país precisa que o Gato Fedorento tenha mais concorrência?
RAP: Ah, mais concorrência?! Não sei… Acho que no dia em que o país precise de alguma coisa relacionada connosco, o país está mesmo muito mal!

FBP: O seu primeiro capricho de estrela já teve lugar?
RAP: Não… Eu não sou dado a esse tipo de caprichos. Desde que me faça sempre transportar num helicóptero, não tenho nenhum luxo em especial…

FBP: Qual é que foi o mais bonito elogio profissional que lhe fizeram?
RAP: Sinceramente não me ocorre nenhum…

FBP: E a pior critica?
RAP: Também não estou a ver… Eu tenho uma grande capacidade de ignorar as críticas.

FBP: Qual é que é a distinção que ficaria orgulhoso de receber sem que a tivesse de reclamar?
RAP: A Águia de Ouro! É essa que eu ambiciono.

FBP: Há alguma coisa que aprecie mais nos outros do que eu si?
RAP: Sim. A capacidade de dar… Isto gosto mais nos outros do que eu mim!

FBP: Ontem comemorou-se o Dia Internacional da Mulher. Na pele de que mulher é que gostava de passar 24h?
RAP: Por dentro não tenho interesse…Sobre tenho uma lista, mas não sei se temos duas horas para eu a citar. Enfim…

FBP: Que pergunta é que gostava que eu lhe tivesse feito e não fiz?
RAP: Hum… Não sei mesmo...


Perguntas rápidas/Respostas curtas:


Melhor cronista português: Miguel Esteves Cardoso.

Melhor humorista estrangeiro: Woody Allen.

Uma cassete vídeo gasta à força de a ver? A Matulona das Meias Pretas.

Uma crónica que se tenha arrependido de escrever? Acho que não há, tenho impressão

O melhor perfume para os Gatos Fedorentos? Acho que os gatos não podem ter perfume, têm aquele odor selvagem…

O melhor perfume para o país? Eu sempre que passo na zona de Estarreja lembro-me sempre de dois ou três bons perfumes, que podiam ser vazados ali. Qualquer coisa que não cheire aquilo serve para mim.

Uma palavra aos professores? Força nisso!

Uma palavra aos benfiquistas? Eh pá… Estamos em grande, não se preocupem! (pode ser que eles acreditem…)

A melhor música para acompanhar a escrita do Ricardo? Qualquer pimbalhada!

Um quadro que levava para casa? O Menino da Lágrima, porque em principio não me prendem por roubar esse.

A melhor visão do mundo é… o Nuno Gomes com a taça dos Campeões na mão.

Televisão rima com… colchão… não sei…

O país mais fedorento da União Europeia? Estou convencido que somos nós.

O país mais engraçado da União Europeia? Também!

O Inferno na terra fica em…Vou escolher Figueiró dos Vinhos (mas sem nenhuma ofensa).

A boca do paraíso fica em… Não sei se há cá. E ainda bem…e ainda bem!

Três palavras para descrever a FBP? Ampla, espaçosa e propriedade de Luís Filipe Vieira.

O último livro que leu? The Educated Imagination do Northrop Frye. É um livro sobre… (lá está as vantagens da leitura!)

..... pela operária Tânia Ribeiro

segunda-feira, 10 de março de 2008

9 março com .... RAP





Foi boa a tarde, a conversa, as gentes que andaram à volta de 45 ! Riu-se e falou, ouviu-se e aprendeu-se um pouco. Uma tarde simples e boa, com pessoas boas e simples !! Desta vez foi o Art a assistir em telemóvel/conferência. Voar dá nisto ... falar à volta de livros, faz voar também !!

quarta-feira, 5 de março de 2008

ÀS VOLTAS COM A TERTÚLIA

No próximo Domingo, dia 9, às 15 horas, vamo-nos encontrar na fábrica de Braço de Prata para a Tertúlia de Março. O nosso convidado será o Ricardo Araújo Pereira que falará sobre o seu livro “ A Boca do Inferno” e de tudo o mais que se espera de uma personalidade como ele que é, hoje, uma das figuras mais importantes da cultura portuguesa.
A notoriedade pública adquirida pelos “ Gato Fedorento” e pelo Ricardo, em particular, é fruto de uma carreira curta mas compacta e fulgurante popularizada pela participação em programas televisivos mas assente em textos escritos para outros, nas Produções Fictícias, em blogues, em jornais, revistas, na publicidade, onde a sua importância se mede pela rápida memorização popular dos ditos e dos sketches e ganha estatuto cultural porque consegue pôr a ler pessoas, jovens na sua maioria, que não têm hábitos de leitura.
Através do humor inteligente e sem cedências à vulgaridade, o Ricardo, e os amigos, conseguem divertir criticando os personagens, os actos e as cenas do filme que se vai desenrolando na actualidade do país.

domingo, 9 março ... 15 horas !!





... na Fábrica Braço de Prata , sala Nietzsche ! A nossa Tertúlia às Voltas , com o RAP himself e ... nós, todos nós, para falar, ouvir e perguntar acerca de como se escreve humor em Portugal, visitando também a ' Boca do Inferno ' ...

Coisinha a não perder !!

domingo, 2 de março de 2008

ENTRE PALAVRAS E BLOGS

São centenas as razões que nos levam a escrever, todas elas válidas. Para mim, as mais importantes prendem-se com duas necessidades eternas desde que o homem tomou consciência de si próprio: a) a de registar memórias, podendo assim comunicar com as gerações vindouras que não vai conhecer; b) preencher os buracos da solidão. Comunicando, deixando memórias registadas ou simplesmente evitando a tirania da solidão, os homens escrevem, e no acto da escrita acabam por se libertar de si próprios, isto é, alcançam patamares de existência exteriores à sua condição de simples mortais.
As últimas décadas têm vinda a registar um desenvolvimento acelerado da tecnologia, um ritmo dificilmente acompanhado pela humanidade, pelo menos no seu pleno. A leitura, o hábito de pegar e transportar os livros ficou irremediavelmente ameaçado de extinção com a chegada dos computadores, a Internet e por aí fora. Tal como noutras ocasiões, o cinema matava o teatro, a televisão matava o cinema e a rádio e vídeo killed the rádio star. O que aconteceu foi que ninguém acabou por matar ninguém, as formas de expressão e criatividade é que aumentaram, aumentando consigo o leque de escolhas ao cidadão comum. Continua a haver teatro, rádio, cinema, televisão, fotografia, … continua a haver livros. E pessoas que não prescindem do prazer da leitura, da escrita, do toque arrumado da mão num livro.
Com a explosão tecnológica foram vários os hábitos e as dimensões de trabalho e entretenimento abertas aos nossos dias. Num deles, num volte-face pouco improvável, a vontade de escrever e ler textos veio ao de cima em grande força. Pessoas de todos os quadrantes sociais e intelectuais resolveram registar através da palavra escrita, textos, diários, cadernos de rascunho, informações etc, etc. A blogosfera surgiu assim enquanto espaço universal e de utilidade permanente, onde sem se conhecerem materialmente, milhares de pessoas abriram várias janelas de comunicação entre si. A literatura, ou o exercício e partilha da palavra escrita ganhou com as novas tecnologias uma nova e improvável forma de expressão que hoje em dia se tornou uma evidência. Poetas, escritores, homens comuns unidos pelo amor às letras e às histórias exploram agora em silêncio um novo mundo com antigas ferramentas. Estamos ainda longe de avaliar o impacto dos blogs no ressurgimento dos hábitos de leitura dos cidadãos. Estamos no entanto à vontade para dizer que se ganhou um novo fôlego, de força concreta e projecção adquirida. As solidões juntaram-se e, em vez de o fazer à volta da fogueira, fazem-no à volta do espaço virtual. Um filme novo onde os verdadeiros protagonistas são as palavras, as histórias e as emoções. As pessoas os pequenos deuses desse mundo.
Assim seja.
ARTUR

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

AS VOLTAS DA TERTÚLIA

Desde tempos remotos que os homens adquiriram o hábito de se juntarem para conversar sobre os assuntos comuns que lhes despertam interesse, imediato ou corriqueiro, ou então para discutir temas mais elaborados e restritos a espíritos irrequietos ou intelectualmente superiores. A partir de certa altura, a alguns desses encontros, mais ou menos combinados e regulares, foi posto o nome de tertúlias, não se sabe bem porquê – como acontece sempre nestas coisas -, se por influência de nome de pessoa, ou lugar, ou por outro motivo qualquer.
As tertúlias de agora não são muito diferentes na sua essência das tertúlias do passado. As motivações que levam as pessoas a sair do seu canto para se reunirem com outros mantêm-se; as diferenças, quando existem, terão hoje mais a ver com os anseios do espírito do que com necessidades materiais. A haver diferença será na importância e no uso que damos ao tempo.
Por via da natureza humana, que fez de nós uns individualistas convictos, só as carências nos levam à socialização. Antigamente, as reuniões eram a única forma de trocar ideias e de debater e resolver problemas e por isso assumiam um carácter decisivo que foi sendo perdido para os outros meios de comunicação criados à medida dos homens e dos seus interesses.
O uso do tempo continua a ser, digo eu, a questão fulcral da qualidade de vida. As solicitações que nos tentam, a carga de trabalhos em que nos metemos, as complicações e problemas que arranjamos por culpa própria, e mais tudo o que “inventamos” para nos preocupar, retiram-nos tempo para o descanso e o lazer. Hoje, ter tempo para estar à conversa sobre temas não directamente ligados ao trabalho, pode ser considerado um indicador de qualidade de vida, e de higiene mental.
As tertúlias literárias reúnem pessoas que gostam de ler e partilhar ideias sobre livros, autores e tudo o mais que vier junto. A nossa tem servido para isto, para nos vermos e conversarmos e pelos vistos e ouvidos, nós, os tertulianos, temos gostado de lá estar.
A próxima vai ser um pouco atípica porque a presença do Ricardo Araújo Pereira, nosso convidado, atrai gente que o segue para todo o lado… até para uma tertúlia literária. No entanto depende de nós, tertulianos, não deixar que aquilo se transforme numa sessão do clube de fãs do “gato”. É óbvio que contamos com a ajuda do Ricardo, que sabe como poucos lidar com a fama e saberá certamente melhor que nós lidar com o “público”, contribuindo para a prossecução dos nossos objectivos: passar uma tarde agradável, à conversa, a pretexto de um livro, um tema, ou sobre o que nos apetecer.





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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

DO ESPÍRITO DA COISA

tertúlia ( do castelhano. tertulia): reunião familiar; reunião de pessoas com interesses comuns; reunião habitual de intelectuais para troca de ideias sobre diversos temas; (pop.) embriaguez.

TERTÚLIA III EDIÇÃO


Esta foi a terceira. Uma conversa entre amigos à volta da biografia do Zé Pedro, escrito pela sua irmã, Helena Reis. Uma tarde fantástica, passada entre amigos, repleta de histórias antigas e muita gargalhada. A sala encheu com mais de 50 pessoas. E assim queremos que continuem estes dias: Sem poeira nem peneiras, apenas o prazer de estar entre amigos, livros e conversas. Afinal, é esse o espírito da Tertúlia.
ARTUR

conspirava-se ....



... à volta d' A Conspiração Mercuriana ', terceiro romance do Art .... e ouviu-se o Arnaldo. Digo o quê agora ? Que levei um banho de letras e prazer, apareceu Kafka, Goethe e outros mais, muitos mais, pela boca e paixão do Arnaldo, a quem apetece ouvir, a quem nos podemos entregar para nos levar pelos labirintos de vida e amor pelas letras, quando as letras formam ideias !

primórdios ...



Dia de apresentar aos amigos o ' Atrás do Pôr-do-Sol ', escrito por um amigo, prefaciado por outro, coisa desenrolada na Casa da Guia, a tertúlia não as histórias que essas passam-se em vidas com vida. Tarde em grande, tarde em bom, com um tu cá - tu lá de momentos ... com sol também. Foi bom, dali saiu a certeza de que outras tardes assim iriam existir .. outras tardes onde caberia por certo uma Tertúlia à volta do Zé Pedro !

em dia de tertúlia falatório !




... o que se pretende ? Que se fale, pois ! Que se fale, se oiça, se escute e entenda, se deite cá para fora, se leve para dentro, se esmiúce a coisa à volta das letras, das ideias que nascem e passam ao papel, viajam por montras e aterram em espaço nosso, onde guardamos aquele objecto mágico que é um livro, guardador de bocados de vida em sua intocável liberdade, em suas folhas, nossas folhas.

Começou nas apresentações aos amigos das obras do Artur e do Zé, passou pela Casa da Guia, pela Sociedade Musical de Cascais, até encontar o actual espaço, Fábrica Braço de Prata onde tão bem resulta, onde tanto gosto temos em ver pessoas, cada vez mais pessoas nas noss' As voltas da Tertúlia ...